20.7.06

A amizade

Busquei densamente crer nas boas intenções. Nas minhas ao menos. Confiei no que fui capaz de construir e que, tal investimento pudesse durar, na mesma medida de tempo, força e grandeza com o qual desejei: o sempre. Errei. Crendo somente no meu desejo que não pode ser igual ao do próximo.


Cada indivíduo nutre em quantidade maior ou menor essa vontade e na sua forma particular de ser e sentir. E saberei eu, o quanto motivei tal anseio? Bem sei. Falo de forma geral, do afeto, da estima, do bem-estar em companhia, da lealdade e despojo do interesse próprio em favor inocente ao outro: o amigo.


Assim abrevia-se o relacionamento humano que chamamos de amizade. E hoje - vinte de julho, o Dia Mundial da Amizade - reflito e admito não poder afirmar com fé se fui eficaz na aplicação de tais conceitos, embora numa breve avaliação não encontro debilidade em meus esforços; ou devo entender que foi falta de confiança em tudo que uma amizade representa? Ou acreditei sozinho? Seria mesmo que "a amizade é um amor que nunca morre"? (Quintana, M).


Melhor celebrar as amizades vivas, pois triste é a amizade estando viva mostrar-se como falecida - e se desejo que ressuscite, isso é tolice? Amizade é conceito e não verbo, portanto, o poeta sabia: a vida não é poesia.
O Paciente apresentou quadro de delírio em 20.7.06
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